Barueri fortalece o combate à violência contra a mulher com uma série de ações ao longo do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e enfrentamento desse grave problema social. A iniciativa marca os 19 anos da Lei Maria da Penha e os 10 anos da Lei do Feminicídio, reforçando o papel do município como referência em políticas públicas voltadas à proteção e empoderamento feminino. Em tempos de tantos retrocessos, Barueri mostra que, com compromisso e articulação, é possível criar caminhos de resistência e transformação.
O Agosto Lilás em Barueri contará com eventos marcantes, como o seminário sobre os marcos legais de proteção à mulher, que ocorrerá no dia 12 de agosto, reunindo especialistas, autoridades e integrantes da rede de apoio. O evento será uma oportunidade para refletir sobre os avanços conquistados com as legislações, os desafios que ainda persistem e as estratégias necessárias para ampliar a proteção das mulheres vítimas de violência. O seminário se insere na proposta do Agosto Lilás de Barueri como momento de debate profundo e ação concreta.
Dentro da programação do Agosto Lilás em Barueri, a exposição “Elas Estavam Aqui” ganha destaque ao provocar um impacto simbólico e emocional. Inspirada na obra da artista mexicana Elina Chauvet, a instalação ocupará o hall da Secretaria da Mulher com cinco pares de sapatos vermelhos, representando vidas de mulheres ceifadas pelo feminicídio no Brasil. A presença de nomes como Daniela Perez e Eliza Samudio dá rosto e história às estatísticas, transformando o Agosto Lilás em Barueri em um chamado à memória e à responsabilidade coletiva.
O Agosto Lilás em Barueri também se traduz em ações de acolhimento e suporte por meio do Cram, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher. Com atendimento psicológico, orientação jurídica e acompanhamento social, o Cram é uma ferramenta essencial na reconstrução da autonomia feminina. No contexto do Agosto Lilás em Barueri, esse trabalho ganha ainda mais visibilidade, reforçando que a resposta à violência precisa ser articulada, contínua e centrada na dignidade da mulher.
A escolha de Barueri em intensificar as ações do Agosto Lilás é respaldada por dados alarmantes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil bateu recorde em feminicídios no ano passado, com 1.492 mulheres assassinadas, a maioria por seus companheiros ou ex-companheiros. Esses números reforçam a urgência de ações como as promovidas no Agosto Lilás em Barueri, que não se limita à denúncia, mas avança para a construção de redes de proteção, conscientização e justiça.
Além das atividades públicas, o Agosto Lilás em Barueri dialoga com a formação de políticas a longo prazo. A prefeitura, por meio da Secretaria da Mulher, busca fortalecer o protagonismo feminino e criar oportunidades reais para a emancipação. Capacitação, inserção no mercado de trabalho e fortalecimento emocional são eixos centrais que orientam a atuação institucional. O Agosto Lilás em Barueri, assim, vai além do simbolismo e se afirma como movimento permanente de transformação social.
O papel da arte como instrumento de denúncia e reflexão também é valorizado no Agosto Lilás em Barueri. A exposição dos sapatos vermelhos transforma o espaço público em território de memória e denúncia. A intervenção lembra que cada mulher assassinada deixa um vazio, uma ausência, uma vida interrompida à força. O Agosto Lilás em Barueri convida a população a não se calar, a romper o silêncio cúmplice e a erguer a voz por justiça e proteção às mulheres.
Com sua programação extensa, sensível e estratégica, o Agosto Lilás em Barueri se consolida como uma das mais importantes iniciativas municipais de enfrentamento à violência de gênero no estado de São Paulo. A cidade dá o exemplo ao mostrar que é possível agir com firmeza, empatia e responsabilidade. O Agosto Lilás em Barueri, mais do que uma campanha, é um grito coletivo de resistência e esperança diante da barbárie que ainda insiste em ameaçar tantas vidas femininas no Brasil.
Autor: Geller Semynora